terça-feira, 14 de dezembro de 2010

X Premio de Direitos Humanos de Sapopemba

A histórica luta pelos Direitos Humanos demonstra que se trata de uma luta complexa e difícil de ser defendida perante a sociedade. Não raras vezes, os defensores dos direitos humanos aparecem como sendo defensores de bandido. Quantas vezes ouvimos "cadê os defensores dos direitos humanos", só servem para defender bandidos.

Recordo que recentemente li uma frase em um panfleto do Centro dos Direitos Humanos Santos Dias: "defender os direitos humanos não é crime". A culpabilização que se faz àqueles que atuam na defesa dos direitos humanos torna essa frase muito própria nos dias de hoje.

Quando a sociedade fica assustada em momentos de episódios criminais de grande violência, que colocam em risco a segurança dos cidadãos - como foram os ataques do PCC em 2009 -, ou em casos de crimes horrendos, largamente noticiados pela imprensa, retoma-se o debate do endurecimento das leis penais.

Essa tese encontra ressonância na sociedade, em diferentes segmentos sociais, que crêem que com medidas duras se resolveria a questão da violência que perpetua. Muitos defendem medidas de exceção. De nossa parte, que defendemos os direitos humanos temos que ser duros contra o emprego de medidas que vão além da nossa Carta Maior, e das leis específicas.

Forças sociais e políticas conservadoras, detentoras do grande capital, dos meios de comunicação, e parte presente nas religiões, inclusive na Igreja Católica, se colocaram forte e agressivamente contra o III Plano Nacional dos Direitos Humanos, plano esse que contou com a participação de milhares de pessoas através das Conferências Regionais/estaduais de Direitos Humanos. O Plano foi acusado de conter arbitrariedades, ser contra a democracia, contra a liberdade de imprensa, contra a propriedade, e ser Contra até mesma a Constituição Federal etc. Um desses veículos, factóide da Direita, foi a Revista Veja.


Em nossa luta não podemos perder de vista que ela deve se dirigir contra esse capitalismo selvagem, hoje predominante no mundo donde vêm todas as mazelas sociais. A violência e a defesa dos direitos sociais, onde empregamos nossos maiores esforços precisam ser vistos nesse contexto mais amplo de produção de desigualdades sociais, de violência.

Cada um de nós tem um papel importante na defesa dos direitos humanos, sejam os direitos civis e políticos, ou os direitos sociais. Enquanto Instituição, o CDHS assumiu em seus anos de vida, e assim deve continuar, a luta intransigente pela defesa dos direitos humanos, contra toda forma de transgressão, principalmente da população pobre, explorada e oprimida.


Premiar anualmente pessoas e instituições que tem contribuído pela defesa dos direitos humanos, pelos direitos das pessoas violados por outras pessoas ou pelo Estado, ou ainda pelo poder econômico do capital, e dos ricos, é uma forma de valorizar os trabalhos empreendidos por essas pessoas (e instituições) como também de fortalecer a luta mais geral da sociedade.

Por isso, o CDHS se sente muito feliz por realizar a premiação em Direitos Humanos. Esperamos contar com o apoio de vocês para juntos avançarmos na garantia dos direitos humanos, de contribuir com a superação da opressão e exploração, e assim vislumbrar a existência de uma sociedade realmente democrática.

Desejamos a todos um Natal de Paz amor prosperidade e principalmente que a esperanças se renovem em 2011 para continuarmos a luta contra todas as injustiças a raça unica que é o ser humano.

Boas Festas